Procure sua vaga no Twitter

O mercado de trabalho cslá no Twitter. Rede social da moda, a ferramenta vem ganhando espaço como referência para quem procura emprego e para quem recruta profissionais. A velocidade e a rapidez com a que o sistema encampou o universo profissional, na avaliação da diretora de marketing da Associação Brasilei¬ra de Recursos Humanos (ABRH/RS), Lisella Zaffari, está ligada ao potencial que o sistema oferece ao networking (formar rede de contatos). Como o Twitter tem a característica de ser ágil, um amigo encaminha para o outro, que passa a outro, e assim por diante.
Em formato de miniblog - com ca¬pacidade de 140 caracteres -, o portal serve para anúncios resumidos. De olho no mercado paulista, a produto¬ra de moda Adriana Baldino, 35 anos, encontrou na ferramenta a forma ide¬al para a busca. Com poucas oportuni¬dades em Porto Alegre, há cerca de 10 dias ela decidiu buscar no Twitter as oportunidades que almeja.
Não me imagino mais batendo de porta em porta e entregando currículos. A internet é a forma mais eficaz de descobrir oportunidades - confia Adriana, que divide o tempo entre o garimpo de vagas no laptop e a confecção de peças na máquina de costura.
Com estratégia direcionada para essa nova vedete da web, o Grupo Foco, consultoria de Recursos Humanos, conta com cem funcionários alimentando a rede da empresa, e as suas próprias, com vagas e temas relacionados à reinserção no mercado.
Na primeira vez em que publicamos vagas no Twitter, em um dia recebemos entre 30 e 40 retornos. Por outros canais, levaríamos uma semana para atingir esse volume - calcula Eline Kullock, presidente da empresa.
Para alcançar esse objetivo, entretanto, é necessário trabalho, pessoal e tempo para cultivar as comunidades. Segundo ela, o Twitter atrai apenas um público determinado, jovens e pessoas íntimas da internet, e funciona como um acelerador de recrutamento.
Quem está enfronhado nos livros estudando para concursos públicos também encontra na rede seleções abertas. São pessoas com interesse no assunto e empresas especializadas que utilizam o serviço para divulgar seus sites ou propagar o tema.
> dionara.melo@zerohora.com.br

VANESSA NUNES

De uma hora para outra,parece que o Twitter virou o terreno das oportunidades. É um oba-oba de empresas apressadas em garantir presença no microblog. Algumas, é verdade, estão até fechando negócios. Outras, só mesmo para dizer que estão antenadas com as novidades tecnológicas. É assim sempre que

uma ferramenta online vira modinha. Quem lembra do outrora badalado mundo virtual Second Life? Recrutamentos chegaram a ser feitos por meio de avatares (os bonequinhos que representam uma pessoa tridimensionalmente). Hoje, quase ninguém fala dele.

Isso não significa, porém, que o atual queridinho Twitter sucumbirá. Pelo contrário. É instantâneo, com potencial para mural de vagas e canal de networking, apesar da abrangência limitada. Em maio, apenas um em cada 10 brasileiros que navegaram na web acessou o Twitter, de acordo com o Ibope Nieben Online.

Retorno rápido e iniciativas pessoais
É principalmente por iniciativas pessoais que o Twitter está se tornando referência para quem busca uma oportunidade no mercado. A maior parte do movimento na área de recrutamento de profissionais se deve mais à iniciativa dos próprios empresários, na opinião da diretora de marketing da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/RS), Lisella Zaffari, do que pelo uso corporativo.
É o caso do executivo da agência digital LiveAd, Lucas Mello. Ele encara o Twitter como um "serviço de utilidade pública" e anuncia as vagas disponíveis na empresa, que nasceu gaúcha, mas, no início do ano, transferiu a sede para São Paulo. Nos últimos quatro meses, pelo menos quatro pessoas foram contratadas por este meio:
- Publiquei três vagas desde o último sábado, e já recebemos mais de 200 currículos. O legal do Twitter é que os meus seguidores recebem a mensagem e rapidamente a repassam. Em instantes, a mensagem está muito longe do meu círculo de relacionamentos.
A agência digital AG2, de Porto Alegre, está na rede social desde o ano passado. Em janeiro último, porém, a área de recursos humanos da empresa passou a publicar as oportunidades no mesmo espaço.
- Não paramos para quantificar o resultado mas, com certeza, foi eficaz - avalia Marcelo Morem, gerente de marketing da AG2